Saturday, December 15, 2007

Associação de Professores de Português dos Estados Unidos e Canadá escreveu ao presidente George W. Bush lamentando as suas declarações sobre a língua portuguesa


November 26, 2007

Dear President Bush:

The Association of Portuguese Language Teachers of the United States and Canada hereby expresses its deepest regrets regarding your affirmation on November 13, 2007 in New Albany, Indiana, referring to the teaching of “Portuguese as a second Language” as a “wasteful project.”

As you know the Portuguese language is the seventh most spoken idiom on earth. It is the third most spoken European language. Portuguese, Mr. President, is spoken by more than 220 million people and it is present on every single continent. Here in the United States more than 1 million people are of Portuguese ancestry, many of whom still speak the language of their forefathers. We also have large communities from Brazil and Cape Verde, both of these Portuguese speaking countries.

Thus, considering the ties that the United States has maintained with Portugal; considering that the Portuguese language is a universal language; considering that several of your own government agencies have considered Portuguese as a strategic and important language; considering that

Portuguese has been identified as one of the “commonly less-taught languages” to be promoted at the secondary and university levels; considering that Portuguese-Americans have been a productive part of our unique cultural American mosaic; considering that we have Portuguese-Americans in all facets of our society, including three members of the United States Congress, we hereby request that you reconsider and retract your statement referring to the teaching of the Portuguese language as a foreign language in the United States as a “wasteful project.”

Mr. President, the Portuguese-American Communities and the Portuguese language, a universal language, did not deserve such a deliberate affront.

Sincerely
Diniz Borges
President

Association of Portuguese Language Teachers in the United States and Canada

CC: The Honorable João de Vallera, Ambassador of Portugal to the United States
CC: All members of the Portuguese-American Caucus in the United States House of Representatives
CC: All members of the Friends of Portugal in the United States Senate

Saturday, December 8, 2007

XVI Encontro de Professores de Português dos Estados Unidos e Canadá

O XVI Encontro de Professores dos Estados Unidos e Canadá tem lugar em Julho de 2008 nos Açores, nas chmadas ilhas do triângulo (Faial, Pico e S. Jorge.

Para saber mais consulte a página da Associação de Professores de Português dos Estados Unidos e Canadá em www.appeuc.org.

Ou contacte a Appeuc através do e-mail appeuc@appeuc.org
Portugal, e alguns políticos portugueses, a começar pelo secretário de Estado das Comunidades, António Braga, e acabando na ministra da Educação, Manuela Rodrigues, escandalizaram-se com as declarações do presidente norte-americano George Bush, acerca de um programa de português como segunda língua incluído na proposta do Orçamento americano para 2008 que ele vetou com o argumento de que se tratava de uma despesa inútil (o ‘pork’ nos orçamentos, como é conhecido na gíria política).
A imprensa escrita e falada deu grande destaque às afirmações do presidente americano que durante dias marcaram os noticiários e suscitaram comentários de todos e mais alguns, de todas as partes do mundo.

Não vamos aqui comentar as opções do senhor Bush, que já provaram ser, em muitas outras ocasiões, totalmente contrárias à realidade, e por isso têm a importância que têm. Deixaremos isso aos nossos cronistas e comentadores que certamente saberão contra-argumentar com factos e números e provar, mais uma vez, ao senhor presidente que está errado.
No entanto, não podemos deixar passar em claro uma situação que pode ser classificada de hipocrisia, e até cinismo, de alguns políticos em Portugal que se insurgiram conta as afirmações do senhor Bush afirmando aos quatro ventos que ele desconhece a importância da língua portuguesa, que é falada por 220 milhões de pessoas em todo o mundo (António Braga disse mesmo 250 milhões!, não sei onde foi ele buscar este número...) instrumento de trabalho nas instâncias internacionais, a terceira língua ocidental, e bla, bla, bla, bla, bla.

Como isto vem de pessoas que têm responsabilidade na governação, nomeadamente no que diz respeito à defesa, divulgação e promoção da língua portuguesa no estrangeiro, ao contrário do senhor Bush, é caso para perguntar o que têm eles feito na defesa dessa língua a mais que o presidente americano para se escandalizarem desta forma. Sim, porque quem tem a obrigação de a defender é Portugal. E os restantes países de expressão portuguesa.
No caso de Portugal, e em relação aos Estados Unidos e Canadá, sabe-se que este país não gasta um euro sequer em acções directas no ensino do português desde há muitos anos. E na Europa é o que se vê: cursos encerrados ou com falta de professores, pais na rua exigindo o ensino do português para os seus filhos. E em relação ao Brasil e restantes países dos PALOPs a situação é ainda pior.
Por isso perguntamos se os nossos políticos não estarão a ser cínicos criticando o presidente americano nesta opção, apesar de sabermos que ela é errada e transporta consigo uma enorme carga depreciativa face àquilo que é a identidade de um povo e também em relação à enorme comunidade portuguesa residente neste país.
Ou pensam os políticos portugueses, brasileiros e dos outros PALOPS que cabe aos Estados Unidos promover o ensino do português nas escolas americanas, como eles fazem com o inglês nas suas? As situações, e os interesses, são diferentes e o português não é o inglês. E se nós queremos que a nossa língua seja falada pelos americanos (ou outros povos), temos que começar primeiro por gostarmos nós dela, apostando na sua defesa e promoção, dentro e fora de portas. O que não tem sido, manifestamente, o caso.
Como dizia o outro, nestas questões o mais importante não é pôr o ovo, mas sim o cacarejar da galinha que o anuncia.